quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Escutatória

Tenho escutado mais ao invés de falar. Quem sabe seja isso que eu precise aprimorar. Aos sons das palavras alheias, sinto respingo de algumas minhas. Ou talvez encontro sentido pras coisas que não sei expressar. Às vezes me surpreendo com o outro: ele é mais semelhante do que eu imaginei ser. Choram, gritam, falam, pensam, sentem. Tudo a sua maneira. Passam pelo tempo. Possuem uma vida. Parece tudo igual. O que muda é a forma como as coisas acontecem. Antecedem escolhas. Acredito que as pessoas deveriam desenvolver a escuta. Quando conversamos algo, contando qualquer fato, o tom comparativo da dor sempre está presente. Representa que a nossa dor é mais dolorosa que a dor do próximo. E de certa forma é. Ela é nossa. Mas enfim, dor, amor, error. Tudo isso faz parte de um cosmo influenciado por escolhas e atitudes mútuas onde cada um é responsável por si e mais ninguém. Porque ninguém possui ninguém. E quanto ao tempo, sempre será o tempo passado no tempo presente. Uma vez me falaram que o tempo é o senhor de tudo. E é por sinal. É quem desgasta as coisas, antes mesmo delas acontecerem. É quem faz com que as pessoas percam para sempre seus sentidos, e quando novamente nos falarmos ‘oi’, não terá mais tanta emoção quanto um dia existiu, porque nossa emoção foi consumida por ele: o tempo. Com o tempo, pessoas cruzarão nosso caminho assim como os dias de chuva: você sabe que existirão dias chuvosos, mas não sabe quando, nem como e nem por quanto tempo serão estes dias. Eu esperei que o tempo levasse pra longe todas as minhas desilusões e trouxesse consigo esperança. O tempo passou e ainda vivencio as mesmas desilusões e com o pouco que tinha de esperança escapando por entre os dedos.

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