segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O que ficou

Tirei cinco minutos da minha vida pra escrever estas coisas “daqui de mim”, já algum tempo. Não é sobre o que eu quero ou sobre o que “poderia ter sido se...”. É sobre o que vivi este ano. Não tive paradeiro. “Morei em tantas casas que nem me lembro mais” como já dizia Renato Russo. De um lado a outro. Deixando alguns, sendo deixada por outros. Reforçando alguns laços que achei que com a distância e a ausência pudessem ser corrompidos e desfazendo àqueles que jurei serem eternos. Eternos na existência real, e não em lembranças doídas. Foi um ano tão a flor da pele. Que esta “flor”, por sinal, não foi a mais linda, teve mais espinhos do que brilho e cor. E a pele sentiu doer. Cresci, ao menos. E agora mais do que nunca defendo que os valores da essência devem prevalecer. Que o tempo revela as pessoas e não as modifica. Que banalizam o amor, como um sentimento que vai e volta, nasce e morre, a qualquer instante, como se tivéssemos o domínio de amar. Que ficar com alguém com o pensamento em outro é aprova mais sincera de que não se está pronto pra seguir. Que é preciso de mais tempo, sozinho. Desmembrar o restante de sentimento que resta e focar em outras coisas que te satisfaz. E o medo te acompanha em tudo. E como eu queria que alguém despertasse interesse em mim e estivesse disposto a curar o que eu sinto, ainda doído aqui. Valorizei mais a minha família e compreendi que basta qualquer ironia da vida pra tudo se desfazer e que ela, a família, não se desfaz pelo acaso. É o laço mais sincero de amor que se existe. E, em segundo lugar, as amizades sinceras. Apesar dos apesares, consigo enxergar graça nas coisas. Tenho que despertar gosto no que faço, para ter prazer ao fazer. Não faço só por mim, mas para outrem. E o destino não é o culpado por tudo. Nossas escolhas, também tem sua parcela de responsabilidade. Muito mais que ele, que só nos mostra os caminhos.  Mas assim, está dando pra viver. Vi-ver! E não apenas existir. Sei que ainda posso fazer mais, mas as coisas se acomodam em seus devidos lugares, tão logo chegue seu tempo. Enfim, ganhei cinco minutos na minha vida agora, que estou mais leve.