Tirei cinco minutos da minha vida pra escrever estas coisas “daqui
de mim”, já algum tempo. Não é sobre o que eu quero ou sobre o que “poderia ter
sido se...”. É sobre o que vivi este ano. Não tive paradeiro. “Morei em tantas
casas que nem me lembro mais” como já dizia Renato Russo. De um lado a outro. Deixando
alguns, sendo deixada por outros. Reforçando alguns laços que achei que com a
distância e a ausência pudessem ser corrompidos e desfazendo àqueles que jurei
serem eternos. Eternos na existência real, e não em lembranças doídas. Foi um
ano tão a flor da pele. Que esta “flor”, por sinal, não foi a mais linda, teve
mais espinhos do que brilho e cor. E a pele sentiu doer. Cresci, ao menos. E
agora mais do que nunca defendo que os valores da essência devem prevalecer.
Que o tempo revela as pessoas e não as modifica. Que banalizam o amor, como um
sentimento que vai e volta, nasce e morre, a qualquer instante, como se tivéssemos
o domínio de amar. Que ficar com alguém com o pensamento em outro é aprova mais
sincera de que não se está pronto pra seguir. Que é preciso de mais tempo,
sozinho. Desmembrar o restante de sentimento que resta e focar em outras coisas
que te satisfaz. E o medo te acompanha em tudo. E como eu queria que alguém
despertasse interesse em mim e estivesse disposto a curar o que eu sinto, ainda
doído aqui. Valorizei mais a minha família e compreendi que basta qualquer
ironia da vida pra tudo se desfazer e que ela, a família, não se desfaz pelo
acaso. É o laço mais sincero de amor que se existe. E, em segundo lugar, as
amizades sinceras. Apesar dos apesares, consigo enxergar graça nas coisas.
Tenho que despertar gosto no que faço, para ter prazer ao fazer. Não faço só
por mim, mas para outrem. E o destino não é o culpado por tudo. Nossas
escolhas, também tem sua parcela de responsabilidade. Muito mais que ele, que
só nos mostra os caminhos. Mas assim,
está dando pra viver. Vi-ver! E não apenas existir. Sei que ainda posso fazer
mais, mas as coisas se acomodam em seus devidos lugares, tão logo chegue seu
tempo. Enfim, ganhei cinco minutos na minha vida agora, que estou mais leve.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Parafraseando
A relação mais profunda é a experiência do amor. Ela traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas frustrações. Nada é mais misterioso do que o amor. Ele vive do encontro entre duas pessoas que um dia cruzarem seus caminhos, se descobriram no olhar e na presença e viram nascer um sentimento de enamoramento, de atração, de vontade de estar junto até resolverem fundir as vidas, unir os destinos, compartir as fragilidades e as benquerenças da vida. Nada é comparável à felicidade de amar e de ser amado. E nada há de mais desalodor, nas palavras do poeta Ferreira Gullar, do que não poder dar amor a quem se ama. Todos esses valores, por serem os mais preciosos, são também os mais frágeis porque mais expostos às contradições da humana existência.Cada qual é portador de luz e de sombras, de histórias familiares e pessoais diferentes, cujas raízes alcançam arquétipos ancestrais, marcados por experiêncis bem sucedidas ou trágicas que deixaram marcas na memória genética de cada um. O amor é uma arte combinatória de todos estes fatores, feita com sutileza que demanda capacidade de compreensão, de renúncia, de paciência e de perdão e, ao mesmo tempo, comporta o desfrute comum do encontro amoroso, da intimidade sexual, da entrega confiante de um ao outro. - Leonardo Boff.
sábado, 26 de outubro de 2013
Ser Novo
"...Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo... C.F.A.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Tens amado?
“Como tens amado
ultimamente?”, perguntaram-me assim, esta frase sem nexo. Não respondi. Indaguei, então: “o que quer dizer com isso?”.
E respondeu: “Amado, oras? Tens amado?”.
Falar de amor a este ser que vos escreve é o mesmo que transcender à razão que
hoje inunda minhas entranhas e meu pensamento e, deste ponto, ir para de
encontro a ti, visto a emoção que a palavra “amor” transmite. Amar e razão, nem
sempre andam juntas. Ainda mais um “amor” vindo de quem vem: meu, meu amor.
Pensei... Longos segundos, e respondi: “Tenho escrito, mas não tenho leitores.
Meu leitor se despediu, há tempos. Tenho pensado, desde então. Na tentativa de
organizar o que sinto. O que penso. Tem funcionado. Mas acho que isso não vale
como ‘amor’. E eu também tenho estado com outros. Eles me mostram sorrisos e
eu lhes devolvo os meus, tímidos. Eles me estimulam a fala, para que eu não
esconda mais na escrita esta minha forma de amar. Eles, meus amores. Família.
Amigos. Meus bichos. Meu trabalho”. Eu me fiz clara, pois. Amar é isto mesmo:
enxergar ao redor, se agarrar no que tem, e com as forças que existem fazer
externar uma alegria de algum lugar qualquer [e que pouco importa de onde venha], mas
enxergar felicidade por estar bem ali, com aqueles que te amam e que tu ama
também. Amar sem culpa. A culpa existe
se tu não amares ou quiser deixar pra depois. Se assim for, quem vai ser tua companhia, amanhã ou depois, não vai ser quem tu amas, mas sim a culpa, por não amá-los por completo. Na
totalidade que “amar” exige. E, pior será: se a vida te cavar uma peça daquelas
que te arranca tudo. Até o amor. Aí, então respondi: “Tenho amado, pois vivo.
Deixei de ser uma simples existência. Passei a me amar também”. E bem no fundinho, eu sei: nos dias de
ausência, teu refúgio está nas leituras disponíveis. Versos que escrevi a ti,
sobre um ‘nós’. E esta
tem sido a tua única maneira de amar, também.
domingo, 13 de outubro de 2013
Amar
Eu vou pensar positivamente e depositar toda fé em qualquer situação, por mais enrolada que esteja. Acredito que é possível superar, dar a volta por cima e mostrar a eles que existe o [nosso] amor, e que este não se define por sexo, classe, credo, etnia, nem pela distância. Fazê-los acreditar, e sobretuto, instigá-los a procurar o amor que lhes causa qualquer formato de felicidade. Minha forma de amar não admite demosntrar-se em guerras ou qualquer outra ocasião que eu possa estar ou colocar quem eu amo em posição de ter que escolher entre o amor de um ou de outro. Se os fizermos acreditar que o amor existe sim, não vai ser preciso tais escolhas. Todos serão e estarão amados. Pois, sem amor, não há felicidade. E ninguém tem direito de oprimir quem deseja viver um amor, porque não foi amado um dia. Permitam-se!! Amem.
domingo, 29 de setembro de 2013
Liberte-se
Previsível é aquilo tudo que a
realidade te mostra – as circunstâncias reais, e assim te dá subsídios para
você deduzir o final. O desfecho, na verdade. A trajetória até aqui trouxe
inúmeros aprendizados, não podemos negar. E o posterior, o definitivo agora,
trará outros tantos. Uma perspectiva positiva disso tudo, que, de uns tempos
pra cá, tornou-se previsível. Sobre os teus dizeres... Eu concordo! E nosso
corpo clama por uma libertação há tempos. Merecemos isso. Sabes que meu coração
está sereno?! Acredito que esse será nosso melhor final, agora. Contraditório
falar em “melhor” quando cada um parte para seu lado, sem olhar pra atrás, sem
esperar se cruzar um dia. Mas, observando bem todas as situações e as
inacreditáveis maneiras que planejamos nos manter por perto, definitivamente,
nos afastar, será o melhor. Desprender-se de um amor que hoje causa dor? É
preciso maturidade pra isso. Decisão conjunta mesmo. Não dissemos: faça isso,
pois farei aquilo. Dissemos: precisamos disso. (Ambos concordam). E, ao
permitir deixar o outro partir, é permitir libertar uma parte tua, que vai com
ele, e uma parte dele, livre também, fica contigo. Lembranças boas. Sabemos:
não foi um amor precário. Sempre tivemos e nos doamos como pudemos. Não se
desculpe, então. Fizemos o que estava dentro do limite de ser feito. Mas sei que
pequei, agora, em nossa última conversa, pois tu precisas saber de algo meu que
te assola há uns dias e certamente te ajudará a seguir com tranquilidade. Sobre
te perdoar! Sim. Eu te perdoo. E permito-te seguir. Deixa teu coração chorar o que
deve, agora, e logo ele se acalmará. Vai sentir que estás livre para viver.
Amor, quando aprisiona, não se deve insistir. Amar pra valer é deixar o outro
em liberdade. Ser senhor dos seus próprios atos, decisões, desejos, quereres. E
por isso tudo eu digo que esse foi o meu melhor amor. Descobri o meu melhor
jeito de amar. Agradeço a você por isso. E confesso que ainda não descobri todo
potencial que cabe nesse meu amor. Nesse meu jeito de amar. E agora talvez não
descubra mais a que ponto eu poderia amar alguém (você). Acho que esse amor
ficará trancafiado aqui, pra ser dado sequencia um dia, caso voltarmos a nos encontrar
– quem sabe? – e estivermos em condições para isso. Outros vão cruzar e outro
amor será despertado em mim. E em ti, também, certamente. Recomeçar é o nome
disso. Apostar na felicidade. Mais uma coisa, final: tudo que espero que de bom
aconteça comigo, frente a essa necessidade de superar isso tudo, eu desejo a
você também. Meu coração está “limpo” de qualquer rancor, mágoa, tristeza,
vício, relacionado a você. Relacionado a nós dois. Agora, apenas as lembranças
permanecem.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Externar
Ainda não consigo compreender com clareza como consegui
suportar até aqui. Eu ouvi calada a início da tua [nova] história com os
vestígios da nossa. Ouvi atenta e, de novo: não sei como consegui, mas, muitas
vezes, não deixei o “eu” prevalecer, e te pedia que pensasse “nele”, como um
novo alguém repleto de sentimentos, interesses, vontades e desejos para
contigo, e que “eu”, fazendo-me presente, seria apenas o fantasma de alguém que
não está mais por perto, embora esteja bem aí dentro de ti. Eu já sou o teu
fantasma. Que coragem, teríamos nós, de nos darmos adeus, amando dessa maneira?
Concordas que, um pouco é doentio da minha parte querer me fazer presente com
você, claramente estando partindo pra outra? Embora tu não reconheças, pois sei
que não queres e não estás preparado pra isso, e arrisco a dizer que em
respeito a mim também, mas, está aí, visivelmente que as coisas estão
acontecendo de modo natural e se encaminhando pra isso. É possível sim amar
imensamente um e gostar de outro. Ontem nos falamos. Segurei o que pude a
vontade de não te atender, mas atendi. Puta “cagada” que eu fiz! Não apenas
atendi a ligação, como atendi contrariada ao que me pediu: exteriorizar a raiva.
Eu estava completamente fora de mim. E, nas nossas falas (a minha estava
embriagada de raiva), parecia-me como uma disputa de “quem está sofrendo mais?”;
Quantificar a dor, além de impossível, não é a melhor maneira de dizer que se ama.
Tampouco afirmar que, por estar sofrendo mais, logo, ama-se mais. E ressalvo:
estávamos os dois agindo assim. Quando pedi que me dissesse como tem me cuidado
nos últimos dias, não foi o mesmo que dizer que “você não me cuida”. Eu queria
ouvir de ti o que reconhece ter feito por mim nos últimos dias. Pois, o cuidado
é singular. Minha maneira de cuidar, suficientemente pra mim, não é a mesma pra
você. E quando me dispus a falar, travei. Veio em mente a tua confissão do dia.
Só silêncio. E, acrescido a raiva, veio a angustia, a náusea, a dor palpitante
e vívida. Aí, então, deixou de ser suportável. Chorei, hoje, desesperadamente,
sem dizer a verdade àqueles ao redor. Não consigo segurar pra mim isso tudo.
Estou certa de que, se ainda me queres, me ama como dizes (e sinto), não me
deixarás partir assim, facilmente. Entretanto, também não conseguirá desenrolar-se
desse teu novo “porto seguro”, presente na tua vida, suficiente para suprir as
necessidades que eu deixei, ao “partir”. Por que tu ainda me quererias por
perto? O que tens a me oferecer, além dessa tua nova história? De que jeito
pensas em acalmar essa fossa de tristeza que deixaste em mim? O que seria o “fazer
tudo”, que disseste ontem, se eu decidisse ficar? Não quero fazer crescer em
mim essa dor-raiva. Não quero uma imagem monstro tua, idealizada pela minha
incontrolável situação. Eu quero lembranças boas tua, as nossas lembranças. Mas
quero só na memória. Coisas vivas, como fotos, como teu número, como teu cheiro
em algumas roupas guardas, permanecerão escondidas, longe do meu alcance. Ainda
não tenho coragem de colocar fora. De desprender-me do “pra sempre”. Daqui pra
frente só me resta mesmo cicatrizar isso, e vai ter que ser sozinha. Na marra! Procura-me se tiveres as respostas as minhas incógnitas postas aqui.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Seguir sorrindo
Olha só, hoje o dia está tranquilo. Sabe o que é, troquei minha
“lente” para ver o mundo. O mesmo mundo que antes estava um tanto borrado,
turvo, devido aos pensamentos que focalizavam você e apenas você. Hoje,
enxerguei melhor. Enxerguei os rostos. Vi pessoas em suas diversidades: loiras,
morenas, altas, magras, baixas, brancas, negras, sorrindo, tristes, pensantes,
sonolentas... Observei atenta a tudo como uma criança descobrindo o mundo. E,
por mais que nos últimos meses eu tenha feito o mesmo trajeto sempre – um hábito
instaurado no cotidiano do meu dia; as coisas estavam diferentes. Arrisco até
dizer que muitas das coisas/pessoas que vi, eu não havia reparado antes. Olhei
e não apenas olhei, enxerguei-as. E, outras delas, mais próximas, eu me permiti
sentir: o cheiro, o hálito, o calor ao toque, o som das vozes. Sorri para
todas. E o curioso: mesmo sem esperar um sorriso em troca, eles sorriram pra
mim. A realidade é uma possibilidade em que insistimos encarar como a única
possibilidade. Aí, quando o caos se instala, não permanece, não é contínuo. Então
a gente, depois do sufoco, percebe que existem outras possibilidades. E a que
ficou pra trás era apenas uma. O sofrer deixa algo tatuado em nós (e não é dor):
é aprendizado. Pra mim, o sofrer é um convite para devir. Hoje, sou eu me
permitindo ser. Aos pouquinhos, claro. Não vou me jogar no mundo! Mas vejo que,
por tudo que disse, esse é o meu “eu” se instaurando novamente, absorvendo
amores, sorrisos, alegrias, respirando pessoas e seu leque de sentidos. Sou eu
me fortalecendo. Eu sou assim: vem a dor, me abalo e caio. Custa um tempo até
elaborar todo desconforto e conseguir pensar direito, sem aquele emaranhado de
dizeres não ditos, ou sentimentos não respeitados ainda a flor da pele, querendo
se manifestar. Respiro fundo, levanto, e caminho. Caminho porque acredito no
amor. Passou o que teve que passar, e não sei o que virá. Caminho sem lugar
fixo, sem alguém visível, ainda, pra dizer: eu caminho na tua direção. Mas,
espalho o amor que me resta pra quem quiser se apossar. E quem sabe me amar
também. Amigo, amante, pais, irmãos, cachorros. Amar, mesmo. Não importa quem,
nem por que, nem aonde. Amar é pra sentir, não pra deixar afogar. Não é pra
deixar guardado. Amor deve circular. E pra isso, basta sorrir, mesmo na
tristeza. Sorrir é uma forma de amar.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Desamarrar
Optei por fugir das inverdades que a mente estimula quando
está machucada. Inverdades refletidas nas inúmeras interpretações das coisas
que acontecem no cotidiano, divulgadas a quem quer ver. E, infelizmente, o
cérebro humano é tão feroz que sempre vai optar pelas inverdades mais doídas,
porque, não sei explicar como, mas ele junta um e um e acaba sempre enxergando um
três. E tem como fugir disso? Digo fugir, porque se eu encarar talvez acabe
enlouquecendo. E me
dirias o quê se eu ficasse? E farias o quê para eu permanecer? O que tu pensas ser o nosso amor, agora, que metade foi “embora”, e só a dor restou? Não penso
assim, na verdade. Mas a Dor. Se a sentimos é porque ainda algo se mantém vivo. Não é? E eu sinto dor em nós. Pela distância, ausência, carência e as infindáveis
questões que todo dia falamos e não fazemos absolutamente nada pra mudar. Pra
tocar em frente e minimizá-la. Nossos atos, contraditórios, explicitam bem. Estamos
armados. E, ao nos aproximarmos, ninguém baixa a guarda. E tudo é motivo pra
questionar, pra pressionar, pra desconfiar. Eu escrevo aqui, pois não há como
chegar a ti e abrir o coração com tudo que se sente. E comigo, você não mais fará isso. Primeiro, pois nenhum de
nós sabe ouvir sem que faça algum juízo, comumente, da maneira pior que existe;
segundo, não temos mais esse espaço. Razão: não se vê mais nos nossos atos. Eu
te sinto bem, e você afirma isso sempre. Por que, então, eu ficaria? Eu não encontrei
meu conforto ainda, como você. Não consegui sorrir ainda, como você. Não consegui
me libertar ainda, como você. Não
consegui, seguir, ainda, como você. Podes me ensinar como se desamarrar, assim, como você fez?
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Instigar
“Não sorri e não me deixei chorar”. Não sei como o faço. Às vezes sinto fortemente
algo querendo sair. Explodir mesmo. Transbordar as inúmeras facetas sobre isso.
Isso que está vigente em nós agora. Isso sem-nome. E que de alguma forma, não é
mais o amor. Lê-se: não é mais O amor, como algo prioritário, excepcional,
supremo. Falei a ti das coisas que havia escrito, e o que me disseste? ... (Tu
lestes, afinal?) Uma pena! Eu queria que tivesse lido. Que tivesse capturado
das linhas o que, devido a distância, eu não tenho conseguido demonstrar. E que
você me cobra tanto. E o que me faz acreditar que existe um fracasso todo nesta minha tentativa (in)feliz foi você não ter me dito nada. Absolutamente NADA! Sorte
minha: eu não esperava que dissesse. A meu ver, criar expectativas sobre algo/alguém
frustra muito. Prefiro viver sem elas. Mas confesso que precisei vir aqui
desabafar sobre esse, então, desinteresse todo. Há coisas sobre mim que tu ainda não sabes:
eu, quando não me sinto acolhida quando procuro você, recuo. E tem sido assim.
Aí você me diz algumas coisas, que eu preciso eu me manifestar mais, demonstrar
interesse ao procurar, insistir nisso, instigar em ti que “sim, eu vou ficar” e, do meu querer, você então sustenta o teu.
Entretanto, você não faz nada para que eu permaneça! E quando faz (ou, eu penso
estar fazendo) instila dizeres contraditórios. Um pouco sou teu tudo, outra vez me trata como um nada. Não há continuidade nos teus dizeres. Não há segurança no
teu agir. Não há certezas (e desculpe-me a sinceridade mas nem pra ti) do que queres! E se isso que digo te
incomoda, pois então te posicione! Defenda o teu querer. Faça-me ver que estou
errada, que estou equivocada! Faz-me engolir a seco minhas palavras e lance
sobre mim o que tu sente, realmente. O que tu pensas. E defenda isso com unhas
e dentes para que eu não desista. "Não há como fazer você parar prapensar como eu tenho agido nos últimos dias?". O que aprendeste comigo? E, disso, o que tens visto em ti nos teus dias? Repense, por favor. Do contrário, sinto te dizer, mas, há esse
outro lado que também não conheces: se me deixares acreditar nas coisas que
digo, eu seguirei, sem intenção de voltar. Mesmo que eu passe a ser como um stonehenge: um bloco de pedras.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Um pouco mais de horas
Não acredito no esquecimento. Veja só: lembras como nos
envolvemos? Havia, entre nós, outros dois. Alguéns que tentamos esquecer.
Apagar da memória. Não sei bem. E aí, deixamo-los, e nos permitimos sermos nós. E,
certamente, agora, assim, na situação-penumbra que nos encontramos, esses
mesmos “alguéns” ainda permanecem em nossas lembranças. Então, esquecer absolutamente não faz parte do biológico. Se, caso fosse caso patológico, até
daria razão a ciência. Enfim. Esquecer. “Ex-que-ser”. Mas, lembras das tais 24 horas? Recordei outras coisas mais pertencentes ao mesmo espaço de
tempo, e que não escrevi. Claro que hoje, as únicas alterações do meu dia foram: a data, o dia da
semana, alguma coisa na rotina exceto a exaustão. O resto: tudo o mesmo! Permanece a tua ausência, o desconforto, as incertezas e, enlouquecidamente um querer vibrante no peito. Quer de ti. O que
faltou descrever, além, foi o creme que usei no corpo. Àquele específico. E que uma explosão de outras lembranças, até mesmo as mais escondidinhas, se manifestaram a noite. Até choro teve. Não estou segurando tanto. E tem o meu ciúmes latente. Não sei explicar, mas, distância e ausência, movimentos não presentes e não visíveis, instigam muita inquietação. É mais o menos o seguinte: a gente inicia escrevendo a história. Tem um meio tempo que vem só borrões (o nosso agora), aí você já nem sabe mais a que pé anda a história, mas tem a certeza que ela existe e permanece ali, pronta pra dar continuidade. E é aí o problema do ciúmes: vá que alguém queira dar continuidade a ela. Não, não sou seu dono. Mas, é um espaço que a gente não se tem mais por inteiro. Podes ser que um jeito teu que eu amo se perca ao se envolver com outros. Ah, não sei. Não sei mesmo. Interrogações perversas. E eu sei: te amo! Te amarei pra sempre. Você sentiu que eu fui arrancada de você. Que deixei você
cedo demais. Havia uma razão pra tudo isso. Eu estava bem aqui e você me amou
mesmo assim. Amor perdido ainda é amor. Assumo uma forma diferente, só isso.
Você não pode tocar as mãos, não pode mexer no cabelo, mas quando as sensações
desaparecem, outras ganham vida em memória. A memória se torna seu parceiro.
Você a abraça, você dança com ela. A vida tem que terminar, o amor não.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
24 horas
É nos simples detalhes do meu dia que você se manifesta. Ou melhor: que
a saudade de você se manifesta em mim. Passava da meia noite e me deitei nesse calor infernal. Nada de mensagens tuas pra mim. Fiquei inquieta a noite toda. Cochilava e acordava várias vezes. Definitivamente não durmi mais e quis te dar bom dia. Praxe. Esperei, pensei,
recordei das coisas que dissemos ontem. Não o fiz. Fui pra minha rotina,
tumultuada e, em dois minutos que me mantive a sós, lembrei-me de algo que não
havia te contado. Corri para o celular. Pensei o que havia te pedido na noite
anterior e desisti. No mesmo turno do dia, com o relógio no pulso, meu
inconsciente insistia em "olhar as horas" no celular. Mentira inconsciente. Na
verdade, ele queria saber se você havia me mandado algo. Para acabar com a ânsia
de ficar repetidamente abrindo a mochila e pegando o celular para "olhas as horas",
coloquei o fone de ouvido. Quem dera se fosse pra prestigiar alguma música: assim, com os fones, eu estaria de plantão caso tocasse o celular e, por ventura, pudesse ser você. Deus me livre não atender. Passou-se um tempo,
vim embora, exausta de um dia cheio. Deitei no colchão. Àquele que tu disseste
gostar tanto, e pensei em perguntar como estavas. Desisti. Levantei, querendo
achar qualquer coisa que me distraísse. Abri a gaveta e lá estava uma lembrança
tua. Algo que deixaste comigo, com teu cheiro, quando vieste me visitar. Uma recordação. Vim
para o computador. Impaciente. Entrei na tua página pessoal e vi tua última
foto, não curtida por mim, e quis dizer o quanto tua beleza mexe comigo. Não
pude. Apertando os dentes e as mãos para conter a vontade de te procurar. Achei
algo sobre teu curso na tua cidade, interessante, e não resisti: te mandei.
Puta duma desculpa esfarrapada para puxar um assunto. Pior que isso: abro e
fecho toda hora tua página de bate-papo pra ver se a tal mensagem foi
visualizada. Quanta contradição em uma pessoa só. Eu, justo eu que havia pedido
que não me procurasse mais. Não se aproximasse. Disse a ti que seguisse teu
caminho sem mim, pois, por “perto” eu não te fazia bem. Agora procuro qualquer
coisa mínima pra me aproximar, te enxergo até na minha própria sombra. E não se
passou nem 24 horas.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Jamais a escute em um dia cinza, onde você acaba de se despedir do seu amor. É o tiro final...
"Agora está tão longe, vê
A linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora,
Além de aqui, dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua e se entregar é uma bobagem
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos"...
Vento no Litoral - Legião Urbana
"Agora está tão longe, vê
A linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora,
Além de aqui, dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua e se entregar é uma bobagem
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos"...
Vento no Litoral - Legião Urbana
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Sem desfecho
Coração inquieto é o que há. Hoje estou, assim, sei lá...
não é conformada, mas também não chega a ser desespero. E se eu dissesse
serena, comprometeria a inquietação já afirmada. Mas, estou entre os dois
extremos. Tenho um sentimento indecifrável e outro bem real. Indecifrável, pois
é a consequência do outro, real, que sofreu um abalo. Meu amor às vésperas de
um ponto final que, diga-se de passagem, foi imprevisto. Não queremos isso,
você e eu. E esses são os laçaços do destino que te envolve em caminhos sem
voltas, que nos afastam. Reviravoltas. Certamente pra toda escolha há uma consequência
e não há o que discordar. Entretanto, desde que entrelaçamos nossas vidas,
somos testados a todo tempo. Pela distância, ciúmes, opiniões conflitantes, impotência
afetiva, negações, privações, ah, você sabe bem. E o que eu quero deixar claro
é o seguinte:
- Eu amo. E amo com você, e não a parte.
- Quando você me perguntava: “porque me ama?” e eu sem
jeito, dizia o que vinha em mente, mas sempre querendo saber por que você
queria saber tanto. Já não era suficiente simplesmente amar? Agora entendo: não
era para descobrir uma resposta certa, nem pressão. Mas pra mostrar a mim mesma
que do nosso amor, pode-se usar todos os meios possíveis de expressá-lo e ele,
mesmo assim, continuaria sendo o nosso amor. Renovação.
- Há um disparo mentalmente de inúmeras lembranças que
querem me oxigenar a te fazer convencer a voltar e reviver todas elas outra
vez. E, o aprendizado que a vida me deu também me diz que o senhor de todas as
respostas é o tempo. Entendes agora porque não estou no polo do desespero?
- Terminaste para não desgastarmos mais o que existe. A
distância corrói sim. E, eu não vou ficar nutrindo o esquecimento e o seguir em
frente rumo a outro alguém. Você veio a mim uma vez, sem eu esperar que viesse.
Virá outra vez, pois, pra mim, agora, eu quero você.
- Enquanto isso, a dúvida: é possível viver, sem você? Não
sei. Mas, ainda tenho a vida e as coisas que existem nela. Isso precisa ser
tocado adiante. É o que você está fazendo.
Encerro aqui, hoje, mas ainda não sei ao certo o desfecho de tudo isso.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Até logo
E é um até logo que não te diz nada sobre como será o “logo”.
Não diz se tu tens permissão de procura-lo e perguntar como foi o dia, depois
terminar a ligação com um novo “até logo” retornando para um “logo” que não
estima tempo: amanhã ou nunca mais? E te deixas oscilando de um extremo ao
outro: ontem chorei rios, hoje um sorriso se abriu. Sorriso de conforto, pois
deitei com o coração já calmo. Já não havia mais o que chorar [nem forças para
tal]. E o que tu não espera em um dia que pelo caos da situação já o torna
cinza é que o dia amanheça nublado. Um tempo emburrado tanto quanto eu. Mas passa daqui24 horas. Outro dia. E assim
mais um, e outro. E aquele quebra–cabeça com peças embaraçadas, [vulgo meu coração]
começa a se juntar. Se isso ficará firme, eu não sei. Mas vai acomodar. Vai superar. Não quero superar você. Jamais. É
a situação. É a forma como aconteceu e o que não aconteceu. É o meio disso tudo,
entende? Meio distância. Meio carinho. Meio eu, sozinho, sem você. Meio você,
sozinho, sem mim. E aflora, ainda assim, um sentimento de amor, a você. E meu pensamento vai de encontro ao teu.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Algo qualquer
Eu já cortei o cabelo. Comprei umas cervejas pra passar a
noite. Só [de sozinho, e não apenas]. Tomei um banho e me ajeitei. Tá bom: apenas penteei o cabelo. A
roupa é a mesma. Coloquei as nossas músicas e assim passei. Bebi uma, duas ou
mais. E o tempo, ainda assim, se arrastava. Fiz algo pra comer, mas não desceu.
Até tentei! Mas desde o caos inicial estou tentando deglutir, seja algo sólido,
sejam sentimentos. E dá no mesmo. Engolir não dá. Respirei inúmeras vezes
profundamente. Olhei o celular. Nada. E nem teria como ter algo. Estás longe, distante
quilometricamente falando, sem qualquer meio de comunicação, sem vontade de
algo, de mãos amarradas tanto quanto a mim. Estás longe de qualquer espécie de
contato. Devo estar bebendo muito
rápido, alterando qualquer neuro-sistema [ou instaurando uma esquizo]. Os
sentidos já não estão assim, tão facilmente percebíveis. Reduziram. E deu. A
questão que vem a mente é a seguinte: de onde advém o egoísmo? Teu egoísmo de
achares que, bom, vou fazer o que me faz “feliz”, haja o que houver. E o que é
felicidade? Se gostares, compreende, respeita e luta. Se quiseres algo, assuma,
defenda e seja coerente. Felicidade vai muito além de sentir. Envolve e agrega
os mais distintos sentimentos. Felicidade pra mim é saber o porquê das coisas.
Por que eu sei: eu quero estar contigo. Esse porquê me faz feliz, quando real. Então, sem querer distorcer o sentido
das coisas, me vejo obrigada a dizer a você, com trinta anos a mais que eu e que estas lendo essa coisa toda: se achares que não há sentido algum, eu vos direi, ainda há tempo para amar.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Nós, desamo-"nós"
É. Vai ter que ser a seco. Engolir toda essa dor, e evitar
transbordar esse sentimento todo. Não consegui dizer, em resposta às tuas
palavras, que sim, eu te amo. Embora quisesse largar um “ainda” para trocar um
pouco o sentido da frase. Mas as três palavras estavam bloqueadas. Não havia
como acrescentar a quarta. E agora o tempo é esse: paulatinamente, acomodar a
dor nesse espaço aberto. Minha ferida forjada. Vinda sem um por que. Embora eu
dissesse que [e tu quisesses me convencer que não] os vestígios do passado não
somem da noite para o dia. O que deu errado uma vez será marca permanente no
peito de quem a sentiu. E quando situação semelhante acontece conosco, o doer não
advém do sentir, somente: mas da confirmação de que havia uma razão ao desconfiar.
Eu lembro: vi-me sendo o seu chão quando decidiu entregar-se pra mim na
contradição de ser uma ferida exposta e dolorida em uma caixa fechada e
lacrada. Você não falava, mas doía. Sabe como me senti? Corresponsável. Não
pela dor, mas a possibilidade de fazê-la diminuir. Ser o teu [novo] alguém importante.
Essencial. Então me vi amenizando tuas arestas e te dando a mão pra seguir,
mostrando o chão para pisar. Então você se foi. Escolheu o caminho mais
distante possível de mim, agora que estava suficientemente potente para decidir
por si. Não me vejo, há alguns dias, parte do teu caminho. Parte do teu ser. E
em algum momento, que agora em lágrimas não me permito ver, nos desvirtuamos, e
assim, seguimos rumos diferentes onde não mais existe um “nós”.
domingo, 5 de maio de 2013
Estranhes
Havia, nas mensagens dela,
palavras habituais que já não eram citadas no mesmo contexto. O estranho não
está no fato delas não estarem mais ali, mas por não terem sido substituídas
por outras. Eu, após dois (ou quatro, ou dez) relacionamentos conturbados, acreditava
que sabia – mesmo se houvesse alguma venda em meus olhos, prever que algo
estava errado. Disse algo a mais: – “Talvez eu saia daqui a pouco, uma cerveja
com os amigos, quem sabe?!”. Lógico, havia uma pitada de indecisão que não era
proposital, mas eu queria dela uma palavra que me trouxesse tranquilidade.
Aprovação, afinal, eu só queria sair um pouco àquela noite. O sair, beber e
amigos não significam o mesmo que não voltar pra casa, ficar “trêbado” e trair
você com qualquer um. E, mesmo depois de todos os nossos rodeios para, enfim,
chegar a lugar nenhum, isso sempre esteve claro pra nós. Nós sabíamos disso,
pois zelamos pelo respeito, confiança e sinceridade que existe em nossa
relação. Ao fim de tudo, ainda não sabemos, o que causou essa estranhes nas
palavras (não) ditas, nessa nossa conversação com um tom desconfortante e essa
distância passageira e boba que parece existir entre nós, agora. Ao menos, há
certeza de duas coisas, de minha parte: eu sinto algo excessivamente forte, por
ela; segundo, embora todos os relacionamentos conflitantes, eu me zerei para te
aceitar como minha e me tornei um aprendiz dependente de como você, à sua
maneira, nos conduz. À parte do que está dito, uma incógnita: após
tempos sem conseguir exteriorizar em palavras o que penso e sinto, porque só
agora obtive essa proeza?
quinta-feira, 14 de março de 2013
Quaisquer, ao vento
Descobri que as coisas que, instantaneamente, às vezes, parecem
me despertar o querer é desnorteado pelo que você causa em mim. Às vezes eu
quero e busco a solidão. Não me refiro a terminar com você. Jamais! Mas me
afastar um pouquinho, criar um espaço só meu e ficar boiando nele, jogando pra
lá e pra cá todas essas coisinhas miúdas que ocupam um espaço na minha cabeça.
Aí, quando parece que estou apenas comigo mesma, não me enxergo sozinha. Só me vejo
com você, por todos os lados. Vasculho as memórias recentes e vejo que, mesmo
sem te ter aqui, juntinho, te procuro pra qualquer coisa. Pra dizer um oi
qualquer. Ou perguntar como foi o teu dia. E principalmente, sem usar a
linguagem, lembrar-te de que existe alguém, aqui, que o ama. Convenço-me,
então, e passo a acreditar fielmente que já não sou mais nada sem você.
domingo, 3 de março de 2013
Confissão
É fácil quando se consegue explicar. Você sente que tem algo que incomoda, que ao invés de 'sim', na verdade você gostaria de ter dito um 'melhor não', mas não diz por respeito ao livre arbitrio. Porém se espera, no mínimo, compaixão a isso que a gente sente - que não explica, e que nas entrelinhas está bem ali. Talvez seja claro pra mim que estou sentindo. É complexo demais pensar na distância, também, como algo que te venda os olhos. Te exclui de qualquer interação e você, definitivamente, nunca saberá se houve algo que pudesse virar um incomodo futuro ou se simplesmente foi tudo diversão. Ou ambos. Prefiro pensar - e acreditar - que foi uma noite qualquer, em que nos encontrávamos em pensamento, sem tom de vigia, mas para lembrar "tem alguém que ama você", e te fazer aproveitar a noite sem colocar nada em risco ou cometer aquele erro fatal. Desculpe-me, mas a imaginação é uma arma assassina se deixarmos ela fluir da maneira que quiser. Então eu esperaria você chegar e me mandar aquela mensagem dizendo que está bem, está em casa e que me ama, e então eu conseguiria dormir com tranquilidade, sem que sombras de qualquer situação indesejada pudesse atormentar meus pensamentos. E nele, então, só ficaria você.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Tédio
É qualquer coisa, assim,
irradiante. Aperta daqui, perturba acolá. E acho, também, que talvez não seja
dor. Qualquer sentimento, até então, indefinido, que incomoda. Perturba. Eu
vejo o tempo passar. Chega até ser piegas dizer “ver os ponteiros do relógio se
arrastarem”, mas é exatamente isso. Limpo um pouquinho aqui. Leio qualquer capítulo aleatório de um livro
mais aleatório ainda que eu nem lembrasse que tinha. Mas tinha. Assim como esse
sentimento indecifrável. Busquei ligar pra alguém. Procurei na agenda, mas
quem?! A mesma pessoa de sempre. Mande um “oi”, na tentativa que interpretasse
como um suplica de alguém que diz: preciso gastar meu tempo de forma
construtiva. Porque, convenhamos, nada do que eu havia feito até então
acrescentou algo. Talvez você pudesse curar meu tédio... TÉDIO! Era isso que eu
estava sentindo. Uma monotonia insistente que não passava junto aos ponteiros,
passava junto a mim. Ela ia comigo pra onde eu fosse. Persistia entre qualquer
um que eu buscasse socorro. Que baita chatice! E, a propósito, isso aqui está
chato. Quem quer ouvir descrição de um dia tedioso de alguém que não se sabe
quem é?! Não é construtivo pra ninguém. Nem pra mim.
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