sábado, 31 de dezembro de 2011

Sentir, entender, aceitar


Não é assim, certo, como se eu estivesse observando diretamente você. Mas, através destas “alternativas”, posso ao menos imaginar como você deve estar. Não são suas as palavras, não são os seus pensamentos. São de alguém próximo a ti. Exatamente no lugar que um dia foi meu. Sabes, é inexplicavelmente impossível usar algumas palavras para tentar definir (mesmo que aproximadamente) o que passamos um dia. Oscilação, quem sabe?! Aceitei como as coisas foram impostas, mesmo sem alternativas. Apenas o meu sentir era insuficiente para nós. Em síntese: aprendi. Aprendi que pessoas vêm e vão sem aviso prévio ou com/sem qualquer justificativa prevista. Elas simplesmente podem desaparecer de nossas vidas, como no seu caso, pois é esta a decisão delas. Somos obrigados a aceitar tal decisão alheia, doa a quem doer, principalmente se a dor for nossa. Mais que isso: se quem decidir for quem amamos. Não entendemos nada. Tentamos contestar. Mas, se a decisão está tomada, que prossiga. Cabe apenas aceitarmos. E seguirmos em frente também. Acredito no tempo e nas respostas dele. Talvez este não seja o momento ideal pra entender certas coisas, mas, possivelmente, em um futuro próximo, as coisas serão mais claras. Até porque, o sentir é forte ainda, ele mascara muitas coisas. Realidade visível pra qualquer um menos pra quem sente, não entende, mas aceita.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Eu quero dizer a todos que eu os amo, que parte do que sou hoje possui uma parcela do terço de tempo em que convivemos juntos. Que não há certezas ou erros e sim aprendizado. Que embora o passado não volte, ele permanece dentro de cada um de nós. Seja em emoção, seja em dor. Permanece. Mas que também seja mais uma forma de aprendizado. Que muitas músicas despertarão o que há de mais enterrado em nós, mas que seja breve: porque não há espaço em nós para coisas passadas. (...) Em minhas andanças por inúmeras cidades, enamorei situações que até então, por toda minha vida, jamais contemplei. Uma delas foi caminhar em liberdade no extraordinário centro da capital gaúcha cuja trajetória que eu trilhava, aleatoriamente, deparava-se com os mais diversos rostos, jeitos, contextos, cores, lugares. Tão distante do meu habitual mundo do interior. Não havia preocupação. Não no sentido cru da palavra, mas, conotativamente, assim, aquela preocupação por ser “diferente” Esta não existia. Poderia andar com a roupa mais rasgada e os cabelos raspados se eu quisesse. Seria um tanto estranho, mas, ali, parece que a liberdade existe, e ninguém, absolutamente ninguém te julga por querer ser um pouco incomum. Talvez, se fosse aqui, onde moro, aberração seria a palavra ideal. Não entendo, exatamente por que disso tudo, se todos nasceram livres, porque essa preocupação toda nos outros, em quem são, em como são e porque são de tal maneira. O julgamento é uma maneira moderna de inquisição. Ah, eu acredito na felicidade. Acho que é essa a peça chave.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ruminação

Assim, sou como coração de mãe: há muita gente ao meu redor, próximo a mim, significante. Muita gente bacana mesmo. Sempre encontro alguém novo. Mas, diferente do coração de mãe que sabe de tudo e um pouco mais, o meu sabe pouco. Ingênuo. Às vezes injusto. Aí, apenas quando eu vejo que extrapolo demais quaisquer sentimentos que reside neste pobre coração é que eu sei: é hora de parar. Refletir. Talvez iniciar uma autocrítica. Categorizar sentimentos, pessoas e situações. E aí sim, quando tudo estiver organizado, eu sigo. É a maneira mais correta de não se desviar do melhor caminho. Como diz um amigo meu, “se tivéssemos a qualidade de ruminação, não daríamos tantos socos na parede”. Qualidade de ruminação: reflexão demorada, persistente e cuidadosa. É exatamente isso. Portanto, esta é a hora de parar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Indignação


Impressionante a ignorância de alguns. Insistem em enxergar e "disseminar" apenas os defeitos alheios. Defeitos aos teus olhos. Esqueceste: a tua subjetividade é singular. Tanto quanto a minha. E de outros terceiros. E se interpretas a tua maneira, individualizada, também me dá o direito de interpretar segundo meus valores: regressão humana! Cito isso frente aos inúmeros impasses do dia-a-dia. Meu cotidiano cada vez mais diversificado proporciona inúmeras situações que me moldam enquanto pessoa a cada minuto.
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O que tenho me questionado ultimamente é com relação a descobrir que necessidade é essa de (re) formular políticas públicas de saúde específicas para cada sujeito (homem, mulher, idoso, criança,...). Reafirmam, apenas com outras palavras, o que já existe: direitos humanos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


É tão estranho sentir-se assim: com o coração sedento de algo indecifrável. Chega ser piegas. Não há em quem pensar. Não há por quem chorar. Não há por quem ter medo. Sem propriedade alguma. Vazio. Pensei que seria mais difícil o desapego. Estaria eu, tornando-me mais fria? Não suporto essa suposição. Justamente porque a frieza foi o que mais aflorou em ti nesses últimos anos. E o quão ruim foi pra mim, que as lembranças tornaram-se apenas como um dispositivo que aciona a adrenalina e a coragem pra continuar em frente, sem olhar pra tás. Assopro ao vento as coisas que não quero sentir e estas serão levadas ao longe, sem pena, sem dó, sem ressentimento algum. Por que o que existe de melhor em mim viverás comigo e com aqueles que fazem parte do meu caminho. Por que jamais estarei só.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


Curioso, pois, está tudo tão indefinido. Às vezes fragilizado, representa que logo se renderá. Então, torna-se relutante. Esquiva-se. Quem sabe fosse apenas qualquer esquizofrenia. Qualquer mundo à parte, criado apenas pra disfarçar algum respingo de ti. Esse o qual, não existe mais. Então por quê? Persiste e insiste como alguma coisa concreta que se desfez e possa ser juntada pra ter seqüência, um dia. Por mim e outro alguém. Apenas nessa hipótese. Ah, de qualquer forma, tanto faz, tanto fez. Sigo adiante nessa vida aventureira, sem contar os passos, a olhar para os lados para não perder as outras coisas da vida que deixei passar enquanto tu estavas aqui.

domingo, 23 de outubro de 2011

É muito tempo, e são apenas letras.
É muita saudade, pra um pedaço de papel.
É nada de poesia, pra uma vida toda.
É um sinal de alegria, aos que nos dão as costas.
É um bosque virgem, perto de suas flores compradas...
É uma verdade dita, a frente de boatos manjados.
É dois amores, e não um só.
Não SÃO amores, pois não se pode repartir.
Não se deve separar.
É a marca de nascença, no pescoço de uma criança de rua.
É uma obra de arte, e não apenas uma gravura.
A desgraça do significado que só faz sentido, a quem o sente...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Brincando de poeta

Talvez se parta como fizesse uma vez.
Dividindo-se como estava no princípio em duas metades:
embora iguais no tamanho, diferentes no sentir.
Talvez permaneça. Eterno, enquanto juntos. Palpitando.
O coração dos homens é um poço de mistérios.
Embora não queira sentir, persiste em teimar. Sente.
Dor, amor, temor, rancor... Permanecem.
Mas o meu... ah, meu coração!
Permaneceste muito preso, apertado.
Segurando firme tua outra metade.
Nem lembra mais como é bater livremente.
Vê se aprende agora, com a vida lá fora e a chuva caindo.
Aventureiro.
Não se retraia, apenas modifique o teu compasso.
Mais forte ou mais fraco, como quiseres, então.
Mas bata, livremente, misturando qualquer emoção.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Escutatória

Tenho escutado mais ao invés de falar. Quem sabe seja isso que eu precise aprimorar. Aos sons das palavras alheias, sinto respingo de algumas minhas. Ou talvez encontro sentido pras coisas que não sei expressar. Às vezes me surpreendo com o outro: ele é mais semelhante do que eu imaginei ser. Choram, gritam, falam, pensam, sentem. Tudo a sua maneira. Passam pelo tempo. Possuem uma vida. Parece tudo igual. O que muda é a forma como as coisas acontecem. Antecedem escolhas. Acredito que as pessoas deveriam desenvolver a escuta. Quando conversamos algo, contando qualquer fato, o tom comparativo da dor sempre está presente. Representa que a nossa dor é mais dolorosa que a dor do próximo. E de certa forma é. Ela é nossa. Mas enfim, dor, amor, error. Tudo isso faz parte de um cosmo influenciado por escolhas e atitudes mútuas onde cada um é responsável por si e mais ninguém. Porque ninguém possui ninguém. E quanto ao tempo, sempre será o tempo passado no tempo presente. Uma vez me falaram que o tempo é o senhor de tudo. E é por sinal. É quem desgasta as coisas, antes mesmo delas acontecerem. É quem faz com que as pessoas percam para sempre seus sentidos, e quando novamente nos falarmos ‘oi’, não terá mais tanta emoção quanto um dia existiu, porque nossa emoção foi consumida por ele: o tempo. Com o tempo, pessoas cruzarão nosso caminho assim como os dias de chuva: você sabe que existirão dias chuvosos, mas não sabe quando, nem como e nem por quanto tempo serão estes dias. Eu esperei que o tempo levasse pra longe todas as minhas desilusões e trouxesse consigo esperança. O tempo passou e ainda vivencio as mesmas desilusões e com o pouco que tinha de esperança escapando por entre os dedos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa, elas passam em instantes como murcham as rosas. Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo, que das nossas tristezas ele faz suas cobertas. Disseram-me que o destino debocha de nós. Que não nos dá nada e nos promete tudo, faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos, então a gente estende a mão e se descobre louco. No entanto alguém me disse... Mas quem me disse que você sempre me amou? Eu não recordo mais, já era tarde da noite, eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços: 'ele ama você, isso é segredo, não diga a ele que eu disse a você'". (...)