quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Noite
A noite me parece mais fria que o normal, hoje. Talvez tenha caído abruptamente a temperatura do meu corpo no instante que soube que não mais sentiria o gosto dos teus lábios nos meus. Não nos veríamos mais. Foi um dia diferente dos outros. Cansativo, entediante, obscuro. Nada construtivo. Passei por cada hora observando atentamente o rastejar dos ponteiros do relógio até a hora que eu te encontraria. Saberia que toda aquela angústia que me corroia por dentro dissolveria no instante que eu veria teu rosto. Não haveria nada mais dentro de mim. A não ser o desejo gritante, inflável, perverso e insano por ti. Mas, tu não estarias lá, a me olhar. Não estaria esperando por mim. A noite tornava-se mais fria por não estar por perto. Os ponteiros do relógio voltariam a rastejar como nesta tarde junto com o retorno da minha angústia sufocante. Eu teria outra noite entediante, ao lado de um bom livro e um cobertor, e esperaria pacientemente para que pegasse no sono. Isso se a ansiedade que se misturava à minha angustia me deixasse dormir. Por mais que não a visse hoje, meu coração pulsava antecipadamente por amanhã. Apenas essa noite seria fria demais. Amanhã, o aconchego do teu abraço e o calor irradiado do teu beijo me aqueceria outra vez. E eu voltaria a manter meus pés no chão.

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