segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sinto falta. Muita falta de ti. Do teu jeito no início. Tuas frases casuais. Tua procura por mim, insana. Se aind houvesse algum respingo teu daquele instante, deixe-o pra mim. Eu tenho minhas urgências perigosas, pensei que já tivesse se acostumado com isso.

"Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia". C. F. A.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brincando de poeta

Fazem três dias que não ouço da tua boca que me amas.
Fazem três dias que meu peito clama por teu amor,
Encolheu-se, o máximo que pode,
Agora lateja de dor.
Fazem três dias que comecei a pensar em nós.
Fazem três dias que não somos mais um nó.
Desatamo-nos (a chorar).


Fazem tantos dias que eu necessito do teu amor.
Fazia muito tempo que eu não lembrava o que era temor.
Agora estou só, eu e minhas lembranças.
E me conformo de pensar que, amanhã ou depois,
Eu não vou resistir e vou te procurar.
Se eu levar um "não"
Se você me querer, "sim"
Só o tempo dirá pra mim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Regressão


E, tu queres saber do pior: eu mal larguei as palavras regadas com o doce sentimento existente em mim e tu conseguiste esfriá-las naquele exato momento. Puta sufocação persistente acompanhada de uma dose de angústia e temor. Esse é o lado sacana da vida. E nesse meu peito que, a meu ver, eram dois, agora resta apenas a cratera da desilusão.  Dei-te o melhor de mim ao fechar meus olhos e permitir que escolhesse o caminho que quisesses. E jamais imaginaria que esse seria o primeiro passo para minha autodestruição. Mas, mesmo se eu soubesse, escolheria isto outra vez. E outra vez. Não haveria arrependimento em mim. Não haveria insegurança. Haveria algo inexplicavelmente gigantesco que crescia cada dia mais, mais e mais. Mais do que eu imaginei. Aí a gente aprende: viver exige riscos. Eu posso querer o teu amor pra mim, posso querer te sentir dia após dia junto a mim, sentir apenas o teu cheiro destacado entre milhares das melhores fragrâncias, te enxergar ao longe no meio da multidão... Mas eu não pude, não posso e jamais poderei te fazer sentir o mesmo. Por mim. Sobre você, apenas você pode saber. E sigo, lentamente, me arrastando, pois carrego este peso enorme nas costas de que, outra vez, não deu certo. E eu volto para o começo.
 "Sempre dizem que um dos dois ama mais. Quem dera se não fosse eu".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dizeres


Eu vejo coisas. Algumas delas por acaso, outras observo propositalmente.  Cada uma delas com um sentido pra mim, talvez interpretado de outra maneira por você, mas, sempre há um sentido em tudo.  Eu vejo você nas coisas que escuto, nas coisas que toco ou nas palavras que falo. Eu sinto você quando ando sozinha, quando canto uma canção qualquer ou quando estou sem fazer nada. Vagos pensamentos, sem nexo, sempre trazem você pra mim.  Se me dessem todas as palavras do mundo para definir isso, se eu tivesse como medir ou até comparar a alguma coisa real, palpável, visível, e tal, não haveria como.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Irracional


Assim, talvez seja irracional demais sentir qualquer espécie de ciúme de alguém que está bem ao seu lado, próximo aos seus lábios, te oferecendo carinho e atenção. Mas, quanto ao imaginário, esse sim é traiçoeiro a ponto de ser o que há demais escuro dentro de alguém. A vantagem dos seres humanos é que nenhum consegue ler o pensamento do outro. Justamente. Se fosse possível, toda essa onda escura criada pelo nosso imaginário se tornaria visível que, ao se misturar com o real, não haveria mais distinção. Seria tudo o mesmo.  Mas, sabe o que me incomoda? Exatamente isso. Saber que não existe nada e mesmo assim ficar imaginando alguma coisa. Isso me machuca muito. Voltando ao assunto: meu ciúme é natural. É sem maldade. É apenas um desconforto temporário. Até que este mal-estar vá embora, eu permaneço assim, desse jeito. Calada. E, que mais eu poderia fazer, se esse é o meu jeito de lidar com as coisas? Pode ser virando as costas e saindo do lugar em que eu não estou mais sendo bem-vinda (eu sei que você detesta quando faço isso) ou então me fechando a cara, engolindo a seco esse mal. Sabe por que eu “fujo”? Sabe por que eu me fecho? Eu te peço apenas que fale comigo quando tudo que você tem pra guardar é forte.

Carta 2


Eu estava tão cansada por tudo. Desgastada, melhor dizendo. Foi tudo tão depressa. Sem nenhum aviso prévio. Como se esse tipo de coisa avisasse com antecedência quando iria acontecer: “oi, eu sou a dor e farei parte da tua vida”. Irônico. Sentia-me impotente frente ao acontecido. Buscava sempre fazer mais e mais, mas acabava existindo algo mais e mais a ser feito. O arame que amarrava minhas mãos estava tão apertado que eu me via sangrando cada dia mais, mas aguentava firme: por você. Ouvi o teu sofrimento dia-a-dia e em nenhum momento minhas forças eram diminuídas. A esperança transparecia em mim. E eu não acreditava na perda. Não acreditava que existiria perda para mim, porque, até então, eu nunca havia perdido nada tão significativo. Tão importante. Tão parte de mim. Foi então que você se foi. Falar da própria dor é tão complicado quanto descrever-se. Acredito ter chorado minha dor há muito tempo, mesmo que ainda me vejo soluçando um choro silencioso, ao anoitecer. E até que o sono não venha, eu me auto-consolo. E hoje vivo das lembranças boas que me ofereceu, com minha imaginação fértil criando estórias que meu subconsciente desejaria incansavelmente que fossem reais. Vivo do pedaçinho de ti deixado em mim e em quem está ao meu redor. Pra sempre viva em nós, até que a nossa última lembrança se apague, aí nessa hora estarei bem ao seu lado, onde estiver.


"Eu carrego as coisas que me fazem lembrar-se de você em memória amorosa da única que era tão real. Você era tão amável quanto você podia ser e embora você tenha ido, você continua sendo como o mundo para mim” (Alter Bridge, In Loving Memory).

(Este texto é dedicado à Santa Eloi Pires Fávero, in memoriam - 19/11/2007)