terça-feira, 30 de julho de 2013

Até logo

E é um até logo que não te diz nada sobre como será o “logo”. Não diz se tu tens permissão de procura-lo e perguntar como foi o dia, depois terminar a ligação com um novo “até logo” retornando para um “logo” que não estima tempo: amanhã ou nunca mais? E te deixas oscilando de um extremo ao outro: ontem chorei rios, hoje um sorriso se abriu. Sorriso de conforto, pois deitei com o coração já calmo. Já não havia mais o que chorar [nem forças para tal]. E o que tu não espera em um dia que pelo caos da situação já o torna cinza é que o dia amanheça nublado. Um tempo emburrado tanto quanto eu.  Mas passa daqui24 horas. Outro dia. E assim mais um, e outro. E aquele quebra–cabeça com peças embaraçadas, [vulgo meu coração] começa a se juntar. Se isso ficará firme, eu não sei. Mas vai acomodar.  Vai superar. Não quero superar você. Jamais. É a situação. É a forma como aconteceu e o que não aconteceu. É o meio disso tudo, entende? Meio distância. Meio carinho. Meio eu, sozinho, sem você. Meio você, sozinho, sem mim. E aflora, ainda assim, um sentimento de amor, a você. E meu pensamento vai de encontro ao teu.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Algo qualquer

Eu já cortei o cabelo. Comprei umas cervejas pra passar a noite. Só [de sozinho, e não apenas]. Tomei um banho e me ajeitei. Tá bom: apenas penteei o cabelo. A roupa é a mesma. Coloquei as nossas músicas e assim passei. Bebi uma, duas ou mais. E o tempo, ainda assim, se arrastava. Fiz algo pra comer, mas não desceu. Até tentei! Mas desde o caos inicial estou tentando deglutir, seja algo sólido, sejam sentimentos. E dá no mesmo. Engolir não dá. Respirei inúmeras vezes profundamente. Olhei o celular. Nada. E nem teria como ter algo. Estás longe, distante quilometricamente falando, sem qualquer meio de comunicação, sem vontade de algo, de mãos amarradas tanto quanto a mim. Estás longe de qualquer espécie de contato.  Devo estar bebendo muito rápido, alterando qualquer neuro-sistema [ou instaurando uma esquizo]. Os sentidos já não estão assim, tão facilmente percebíveis. Reduziram. E deu. A questão que vem a mente é a seguinte: de onde advém o egoísmo? Teu egoísmo de achares que, bom, vou fazer o que me faz “feliz”, haja o que houver. E o que é felicidade? Se gostares, compreende, respeita e luta. Se quiseres algo, assuma, defenda e seja coerente. Felicidade vai muito além de sentir. Envolve e agrega os mais distintos sentimentos. Felicidade pra mim é saber o porquê das coisas. Por que eu sei: eu quero estar contigo. Esse porquê me faz feliz, quando real. Então, sem querer distorcer o sentido das coisas, me vejo obrigada a dizer a você, com trinta anos a mais que eu e que estas lendo essa coisa toda: se achares que não há sentido algum, eu vos direi, ainda há tempo para amar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Nós, desamo-"nós"

É. Vai ter que ser a seco. Engolir toda essa dor, e evitar transbordar esse sentimento todo. Não consegui dizer, em resposta às tuas palavras, que sim, eu te amo. Embora quisesse largar um “ainda” para trocar um pouco o sentido da frase. Mas as três palavras estavam bloqueadas. Não havia como acrescentar a quarta. E agora o tempo é esse: paulatinamente, acomodar a dor nesse espaço aberto. Minha ferida forjada. Vinda sem um por que. Embora eu dissesse que [e tu quisesses me convencer que não] os vestígios do passado não somem da noite para o dia. O que deu errado uma vez será marca permanente no peito de quem a sentiu. E quando situação semelhante acontece conosco, o doer não advém do sentir, somente: mas da confirmação de que havia uma razão ao desconfiar. Eu lembro: vi-me sendo o seu chão quando decidiu entregar-se pra mim na contradição de ser uma ferida exposta e dolorida em uma caixa fechada e lacrada. Você não falava, mas doía. Sabe como me senti? Corresponsável. Não pela dor, mas a possibilidade de fazê-la diminuir. Ser o teu [novo] alguém importante. Essencial. Então me vi amenizando tuas arestas e te dando a mão pra seguir, mostrando o chão para pisar. Então você se foi. Escolheu o caminho mais distante possível de mim, agora que estava suficientemente potente para decidir por si. Não me vejo, há alguns dias, parte do teu caminho. Parte do teu ser. E em algum momento, que agora em lágrimas não me permito ver, nos desvirtuamos, e assim, seguimos rumos diferentes onde não mais existe um “nós”.