É nos simples detalhes do meu dia que você se manifesta. Ou melhor: que
a saudade de você se manifesta em mim. Passava da meia noite e me deitei nesse calor infernal. Nada de mensagens tuas pra mim. Fiquei inquieta a noite toda. Cochilava e acordava várias vezes. Definitivamente não durmi mais e quis te dar bom dia. Praxe. Esperei, pensei,
recordei das coisas que dissemos ontem. Não o fiz. Fui pra minha rotina,
tumultuada e, em dois minutos que me mantive a sós, lembrei-me de algo que não
havia te contado. Corri para o celular. Pensei o que havia te pedido na noite
anterior e desisti. No mesmo turno do dia, com o relógio no pulso, meu
inconsciente insistia em "olhar as horas" no celular. Mentira inconsciente. Na
verdade, ele queria saber se você havia me mandado algo. Para acabar com a ânsia
de ficar repetidamente abrindo a mochila e pegando o celular para "olhas as horas",
coloquei o fone de ouvido. Quem dera se fosse pra prestigiar alguma música: assim, com os fones, eu estaria de plantão caso tocasse o celular e, por ventura, pudesse ser você. Deus me livre não atender. Passou-se um tempo,
vim embora, exausta de um dia cheio. Deitei no colchão. Àquele que tu disseste
gostar tanto, e pensei em perguntar como estavas. Desisti. Levantei, querendo
achar qualquer coisa que me distraísse. Abri a gaveta e lá estava uma lembrança
tua. Algo que deixaste comigo, com teu cheiro, quando vieste me visitar. Uma recordação. Vim
para o computador. Impaciente. Entrei na tua página pessoal e vi tua última
foto, não curtida por mim, e quis dizer o quanto tua beleza mexe comigo. Não
pude. Apertando os dentes e as mãos para conter a vontade de te procurar. Achei
algo sobre teu curso na tua cidade, interessante, e não resisti: te mandei.
Puta duma desculpa esfarrapada para puxar um assunto. Pior que isso: abro e
fecho toda hora tua página de bate-papo pra ver se a tal mensagem foi
visualizada. Quanta contradição em uma pessoa só. Eu, justo eu que havia pedido
que não me procurasse mais. Não se aproximasse. Disse a ti que seguisse teu
caminho sem mim, pois, por “perto” eu não te fazia bem. Agora procuro qualquer
coisa mínima pra me aproximar, te enxergo até na minha própria sombra. E não se
passou nem 24 horas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário