quinta-feira, 12 de setembro de 2013

24 horas

É nos simples detalhes do meu dia que você se manifesta. Ou melhor: que a saudade de você se manifesta em mim. Passava da meia noite e me deitei nesse calor infernal. Nada de mensagens tuas pra mim. Fiquei inquieta a noite toda. Cochilava e acordava várias vezes. Definitivamente não durmi mais e quis te dar bom dia. Praxe. Esperei, pensei, recordei das coisas que dissemos ontem. Não o fiz. Fui pra minha rotina, tumultuada e, em dois minutos que me mantive a sós, lembrei-me de algo que não havia te contado. Corri para o celular. Pensei o que havia te pedido na noite anterior e desisti. No mesmo turno do dia, com o relógio no pulso, meu inconsciente insistia em "olhar as horas" no celular. Mentira inconsciente. Na verdade, ele queria saber se você havia me mandado algo. Para acabar com a ânsia de ficar repetidamente abrindo a mochila e pegando o celular para "olhas as horas", coloquei o fone de ouvido. Quem dera se fosse pra prestigiar alguma música: assim, com os fones, eu estaria de plantão caso tocasse o celular e, por ventura, pudesse ser você. Deus me livre não atender. Passou-se um tempo, vim embora, exausta de um dia cheio. Deitei no colchão. Àquele que tu disseste gostar tanto, e pensei em perguntar como estavas. Desisti. Levantei, querendo achar qualquer coisa que me distraísse. Abri a gaveta e lá estava uma lembrança tua. Algo que deixaste comigo, com teu cheiro, quando vieste me visitar. Uma recordação. Vim para o computador. Impaciente. Entrei na tua página pessoal e vi tua última foto, não curtida por mim, e quis dizer o quanto tua beleza mexe comigo. Não pude. Apertando os dentes e as mãos para conter a vontade de te procurar. Achei algo sobre teu curso na tua cidade, interessante, e não resisti: te mandei. Puta duma desculpa esfarrapada para puxar um assunto. Pior que isso: abro e fecho toda hora tua página de bate-papo pra ver se a tal mensagem foi visualizada. Quanta contradição em uma pessoa só. Eu, justo eu que havia pedido que não me procurasse mais. Não se aproximasse. Disse a ti que seguisse teu caminho sem mim, pois, por “perto” eu não te fazia bem. Agora procuro qualquer coisa mínima pra me aproximar, te enxergo até na minha própria sombra. E não se passou nem 24 horas.

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