Eu já cortei o cabelo. Comprei umas cervejas pra passar a
noite. Só [de sozinho, e não apenas]. Tomei um banho e me ajeitei. Tá bom: apenas penteei o cabelo. A
roupa é a mesma. Coloquei as nossas músicas e assim passei. Bebi uma, duas ou
mais. E o tempo, ainda assim, se arrastava. Fiz algo pra comer, mas não desceu.
Até tentei! Mas desde o caos inicial estou tentando deglutir, seja algo sólido,
sejam sentimentos. E dá no mesmo. Engolir não dá. Respirei inúmeras vezes
profundamente. Olhei o celular. Nada. E nem teria como ter algo. Estás longe, distante
quilometricamente falando, sem qualquer meio de comunicação, sem vontade de
algo, de mãos amarradas tanto quanto a mim. Estás longe de qualquer espécie de
contato. Devo estar bebendo muito
rápido, alterando qualquer neuro-sistema [ou instaurando uma esquizo]. Os
sentidos já não estão assim, tão facilmente percebíveis. Reduziram. E deu. A
questão que vem a mente é a seguinte: de onde advém o egoísmo? Teu egoísmo de
achares que, bom, vou fazer o que me faz “feliz”, haja o que houver. E o que é
felicidade? Se gostares, compreende, respeita e luta. Se quiseres algo, assuma,
defenda e seja coerente. Felicidade vai muito além de sentir. Envolve e agrega
os mais distintos sentimentos. Felicidade pra mim é saber o porquê das coisas.
Por que eu sei: eu quero estar contigo. Esse porquê me faz feliz, quando real. Então, sem querer distorcer o sentido
das coisas, me vejo obrigada a dizer a você, com trinta anos a mais que eu e que estas lendo essa coisa toda: se achares que não há sentido algum, eu vos direi, ainda há tempo para amar.
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