sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Um pouco mais de horas

Não acredito no esquecimento. Veja só: lembras como nos envolvemos? Havia, entre nós, outros dois. Alguéns que tentamos esquecer. Apagar da memória. Não sei bem. E aí, deixamo-los, e nos permitimos sermos nós. E, certamente, agora, assim, na situação-penumbra que nos encontramos, esses mesmos “alguéns” ainda permanecem em nossas lembranças. Então, esquecer absolutamente não faz parte do biológico. Se, caso fosse caso patológico, até daria razão a ciência. Enfim. Esquecer. “Ex-que-ser”. Mas, lembras das tais 24 horas? Recordei outras coisas mais pertencentes ao mesmo espaço de tempo, e que não escrevi. Claro que hoje, as únicas alterações do meu dia foram: a data, o dia da semana, alguma coisa na rotina exceto a exaustão. O resto: tudo o mesmo! Permanece a tua ausência, o desconforto, as incertezas e, enlouquecidamente um querer vibrante no peito. Quer de ti. O que faltou descrever, além, foi o creme que usei no corpo. Àquele específico. E que uma explosão de outras lembranças, até mesmo as mais escondidinhas, se manifestaram a noite. Até choro teve. Não estou segurando tanto.  E tem o meu ciúmes latente. Não sei explicar, mas, distância e ausência, movimentos não presentes e não visíveis, instigam muita inquietação. É mais o menos o seguinte: a gente inicia escrevendo a história. Tem um meio tempo que vem só borrões (o nosso agora), aí você já nem sabe mais a que pé anda a história, mas tem a certeza que ela existe e permanece ali, pronta pra dar continuidade. E é aí o problema do ciúmes: vá que alguém queira dar continuidade a ela. Não, não sou seu dono. Mas, é um espaço que a gente não se tem mais por inteiro. Podes ser que um jeito teu que eu amo se perca ao se envolver com outros. Ah, não sei. Não sei mesmo. Interrogações perversas. E eu sei: te amo! Te amarei pra sempre. Você sentiu que eu fui arrancada de você. Que deixei você cedo demais. Havia uma razão pra tudo isso. Eu estava bem aqui e você me amou mesmo assim. Amor perdido ainda é amor. Assumo uma forma diferente, só isso. Você não pode tocar as mãos, não pode mexer no cabelo, mas quando as sensações desaparecem, outras ganham vida em memória. A memória se torna seu parceiro. Você a abraça, você dança com ela. A vida tem que terminar, o amor não.

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