quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nestas horas em que o álcool predomina, parece que uma porção exorbitante de coragem também faz parte do nosso ser. Revela-se. Indiscutivelmente, peguei o telefone prestes a te ligar. Não sabia, exatamente, se era pra falar qualquer coisa assim, sem interesse ou apenas para ouvir o tom da tua voz com qualquer frase fajuta e sem sentido, tendo em vista que meu senso de compreensão está perturbado. Talvez ambos: falar e ouvir você. Parte de mim oculta clamava tua proximidade, fosse ela em voz, suspiro, cheiro, gosto, como fosse. Pois, parte de mim nega a possibilidade de querer admitir que te quer (e muito) em sua totalidade. E a outra parte, frente a possibilidades, tenta gritar aos ventos que quer ou o que suspeita ou o que se sente ou o que se almeja. Quando se sente que algo já é, antes mesmo de ser, é porque justamente está sendo. Não que precise de uma justificativa pra existir. Um por que disfarçado de desculpa. Mas porque foi traçado para ser sem que pudéssemos nos posicionar contra ou a favor, pois o gostar é assim: não se planeja.Quando gosto, não significa que eu amo ou que apaixonei. Gosto porque gosto. Porque quero por perto. Porque faz bem. Porque entre um milhões se destaca e superam quaisquer outros milhões. Gostar de sentir. De adorar. Fazer parte junto com o que se gosta, compondo algo singular, único e sólido. Algo concreto e palpável. Tão real que possamos afirmar: está aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário