Tirei cinco minutos da minha vida pra escrever estas coisas “daqui
de mim”, já algum tempo. Não é sobre o que eu quero ou sobre o que “poderia ter
sido se...”. É sobre o que vivi este ano. Não tive paradeiro. “Morei em tantas
casas que nem me lembro mais” como já dizia Renato Russo. De um lado a outro. Deixando
alguns, sendo deixada por outros. Reforçando alguns laços que achei que com a
distância e a ausência pudessem ser corrompidos e desfazendo àqueles que jurei
serem eternos. Eternos na existência real, e não em lembranças doídas. Foi um
ano tão a flor da pele. Que esta “flor”, por sinal, não foi a mais linda, teve
mais espinhos do que brilho e cor. E a pele sentiu doer. Cresci, ao menos. E
agora mais do que nunca defendo que os valores da essência devem prevalecer.
Que o tempo revela as pessoas e não as modifica. Que banalizam o amor, como um
sentimento que vai e volta, nasce e morre, a qualquer instante, como se tivéssemos
o domínio de amar. Que ficar com alguém com o pensamento em outro é aprova mais
sincera de que não se está pronto pra seguir. Que é preciso de mais tempo,
sozinho. Desmembrar o restante de sentimento que resta e focar em outras coisas
que te satisfaz. E o medo te acompanha em tudo. E como eu queria que alguém
despertasse interesse em mim e estivesse disposto a curar o que eu sinto, ainda
doído aqui. Valorizei mais a minha família e compreendi que basta qualquer
ironia da vida pra tudo se desfazer e que ela, a família, não se desfaz pelo
acaso. É o laço mais sincero de amor que se existe. E, em segundo lugar, as
amizades sinceras. Apesar dos apesares, consigo enxergar graça nas coisas.
Tenho que despertar gosto no que faço, para ter prazer ao fazer. Não faço só
por mim, mas para outrem. E o destino não é o culpado por tudo. Nossas
escolhas, também tem sua parcela de responsabilidade. Muito mais que ele, que
só nos mostra os caminhos. Mas assim,
está dando pra viver. Vi-ver! E não apenas existir. Sei que ainda posso fazer
mais, mas as coisas se acomodam em seus devidos lugares, tão logo chegue seu
tempo. Enfim, ganhei cinco minutos na minha vida agora, que estou mais leve.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Parafraseando
A relação mais profunda é a experiência do amor. Ela traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas frustrações. Nada é mais misterioso do que o amor. Ele vive do encontro entre duas pessoas que um dia cruzarem seus caminhos, se descobriram no olhar e na presença e viram nascer um sentimento de enamoramento, de atração, de vontade de estar junto até resolverem fundir as vidas, unir os destinos, compartir as fragilidades e as benquerenças da vida. Nada é comparável à felicidade de amar e de ser amado. E nada há de mais desalodor, nas palavras do poeta Ferreira Gullar, do que não poder dar amor a quem se ama. Todos esses valores, por serem os mais preciosos, são também os mais frágeis porque mais expostos às contradições da humana existência.Cada qual é portador de luz e de sombras, de histórias familiares e pessoais diferentes, cujas raízes alcançam arquétipos ancestrais, marcados por experiêncis bem sucedidas ou trágicas que deixaram marcas na memória genética de cada um. O amor é uma arte combinatória de todos estes fatores, feita com sutileza que demanda capacidade de compreensão, de renúncia, de paciência e de perdão e, ao mesmo tempo, comporta o desfrute comum do encontro amoroso, da intimidade sexual, da entrega confiante de um ao outro. - Leonardo Boff.
sábado, 26 de outubro de 2013
Ser Novo
"...Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo... C.F.A.
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