quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ao acompanhar alguns debates políticos calorosos pelo facebook, fico refletindo algumas questões que, a meu ver, diferem-se apenas ao contexto a que um posicionamento e outro fazem referência. Por um lado, tem-se defesas de uma política que atenda aos interesses da "nação" em contraposição aos interesses de grupos específicos (diversidades, pois bem). Por outro lado, inversamente, há posicionamentos defendendo os interesses de “grupos específicos” (ressalto: grupos que compõe a mesma "nação"), mas que se debruçam em defesas mais pontuais destes grupos “invisíveis” por compreenderem, em algum momento, estas minorias não são reconhecidas/respeitadas como PESSOAS de direito, como qualquer outra pessoa pertencente à dita nação. Questiono, pois, qual a possibilidade dos problemas de uma "nação" não serem prioridade, como afirmado em alguns discursos, ao priorizarem os problemas específicos de determinados "grupos"? A meu ver, é um pensamento muito vazio, achar que os problemas da “nação” não são priorizados. Estes grupos pertencem à mesma nação, heterogênea! O que está em pauta não é o direito do homossexual (pensando este como um destes “grupos específicos”), por exemplo, em detrimento do direito do heterossexual. Ou o direito da mulher em detrimento do homem. O direito do deficiente físico, em detrimento de uma pessoa sem deficiência. O que está em pauta, indiscutivelmente, é o RESPEITO a qualquer ser humano. Independente de qual seja sua diversidade. Compartilhamos o mesmo espaço, o mesmo mundo, o mesmo ambiente, e se são estes os “problemas da nação”, então defender o direito a VIVER A VIDA, seja do homossexual, do negro, do punk, do morador de rua, de quem quer que seja, é promover a harmonia da convivência neste espaço comum; é promover o respeito; é possibilitar a liberdade de expressar o que se pensa/sente sem que se propague um discurso de ódio que incite a violência; é promover o valor da igualdade, mas com respeito à diversidade. Então estes também são problemas da nação!Tu podes não gostar de homossexuais, negros, índios, ricos, políticos, evangélicos, mas o teu “não gostar” não te da o direito de desrespeitar. De achar-se soberano. Pertencente “a melhor classe”. É necessário que aprendamos conviver juntos, na diferença, pois estamos unidos à mesma terra, ao mesmo ambiente, à mesma nação. Então, um pensamento que atenda a uma nação deve ser policêntrico, que enxergue essa diversidade que nos dá a condição de pluralidade humana. Um pensamento consciente da unidade (é uma única nação) e, concomitantemente, a diversidade (são diferentes grupos). Enquanto não haver essa harmonia é necessário SIM que os interesses de grupos específicos sejam priorizados. Chega de produzir e reproduzir invisibilidades! Basta que a violação dos direitos humanos nos indigne que nos damos conta que fazemos parte dessa luta também