É qualquer coisa, assim,
irradiante. Aperta daqui, perturba acolá. E acho, também, que talvez não seja
dor. Qualquer sentimento, até então, indefinido, que incomoda. Perturba. Eu
vejo o tempo passar. Chega até ser piegas dizer “ver os ponteiros do relógio se
arrastarem”, mas é exatamente isso. Limpo um pouquinho aqui. Leio qualquer capítulo aleatório de um livro
mais aleatório ainda que eu nem lembrasse que tinha. Mas tinha. Assim como esse
sentimento indecifrável. Busquei ligar pra alguém. Procurei na agenda, mas
quem?! A mesma pessoa de sempre. Mande um “oi”, na tentativa que interpretasse
como um suplica de alguém que diz: preciso gastar meu tempo de forma
construtiva. Porque, convenhamos, nada do que eu havia feito até então
acrescentou algo. Talvez você pudesse curar meu tédio... TÉDIO! Era isso que eu
estava sentindo. Uma monotonia insistente que não passava junto aos ponteiros,
passava junto a mim. Ela ia comigo pra onde eu fosse. Persistia entre qualquer
um que eu buscasse socorro. Que baita chatice! E, a propósito, isso aqui está
chato. Quem quer ouvir descrição de um dia tedioso de alguém que não se sabe
quem é?! Não é construtivo pra ninguém. Nem pra mim.