quinta-feira, 31 de março de 2011

Não sei até que ponto as coisas que dizes não são pra mim. Mas sei que, a maioria delas, principalmente quando estamos assim distantes, de alguma forma acabam sendo exclusivas para mim. E nessas tuas meias palavras, por mais singelas que sejam, fazem com que eu construa diversas interpretações. E, sinceramente, nenhuma delas me agrada. Nesse nosso relacionamento, acho que "ceder algo" não é o que mais nos incomoda. Incomoda sim essa sua negação das coisas que deveriam ser ditas. Ocultação. Mas concordo, "falar não é arte de todos". Entretanto, se tu confirmas isso, deverás aceitar também que eu tenho total liberdade de pensar o que eu quiser. De interpretar de qualquer forma qualquer conversa tua, qualquer olhar teu, qualquer opinião, comportamento, ou seja lá o que for. Outra coisa, concordo que um pedido de desculpas nem sempre é o suficiente. Mas se ele ocorre, deverias lembrar que o arrependimento estás presente, e não deveria ironizar isso como se fosse algo insignificante. Seja lá o porquê de eu ou qualquer outra pessoa estar se desculpando contigo. Se não valorizas um pedido de desculpas, por mais que seja depois de uma brincadeira de mal gosto, sem graça, pena e dó, então, o que devo esperar de ti? Errar, simplesmente "errar" é para todos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vésperas

É apenas a véspera. Se pensares bem, é a véspera de tantas coisas, bem como os demais dias serão vésperas do dia seguinte. E assim, sucessivamente. Eu queria, por algum segundo, ter a certeza do que virá amanhã ou depois. Algumas certezas a gente tem, claro: que o dia tem vinte e três horas, cinqüenta e nove minutos e cinqüenta e nove segundos. Fato. Mas o que eu quero falar é dessa bagagem que eu possuo hoje e que em nenhum momento da minha vida eu sequer imaginei que seria exatamente assim. Principalmente a respeito de ti. Pensei que demoraria longos anos pra chegar. Que quando tu chegarias, eu estaria com o último respingo de esperança. Sufocada. E então você me traria de volta o ar, eu saberia novamente como é respirar. Por mais que existam os números pra contarmos, é relativo demais dizer que "fazem tanto tempo", "irá demorar mais x tempo", "falta pouco tempo". O que é o tempo pra cada um de nós senão apenas a lerdeza do ponteiro do relógio quando deveria ser mais rápido? Eu quero dizer, agora, que tu és exatamente como eu pensei que seria. Contigo, junto a mim, eu consigo saber e ser quem eu realmente sou. A forma como tu se encaixa em mim é tão perfeita, completa e ao mesmo tempo complexa demais. Não sei que dia o amanhã me reserva, mas essa "véspera" que em outras palavras se torna "agora", eu irei aproveitar o máximo ao teu lado.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Assim

Definitivamente, odeio esta tua indiferença. Muito me corrói. Já nem sei mais no que pensar, se as coisas que dizes são realmente pra mim. Tanta coisa já aconteceu, que tuas palavras ditas em verbo passado podem ser pra outro alguém um tanto distante. Do passado também. É detalhe mínimo, mas faz total diferença pra mim. Se fores pra mim, ou não, disso só tu sabes. E talvez eu jamais saberei. Assim, ficarei apenas contente se, daqui pra frente, tuas palavras não fossem usadas no passado ou transparecesse algum passado. E que tu  te permitas me colocar no  teu futuro próximo. Se esse alguém que tu esperas que "possa voltar", como dizes, que esse alguém seja eu. Apenas eu.

domingo, 13 de março de 2011

"E a esfinge da espera, olhos de pedra sem pena de mim". Mas talvez você saiba bem: esse é o teu jeito que mais me dói.

terça-feira, 8 de março de 2011

Reedição "Receio"

Rodeada de imperfeições, eu temo. Temo ser acrescentada por essências negativas, dessas que destroem a alma. Tão belas na sua imperfeição que te seduzem até você fazer parte desta imperfeição também. Sem perceber, você é agarrado pela mão. Mergulha em um caminho escuro. Você não sabe que faz parte disso, até você sentir na pele. Até você estar fazendo o mesmo. Já não consigo não ver a maldade nas coisas. Já não consigo não temer as pessoas que se aproximam. São várias faces em um único semblante. E como aceitar quando existe alguém ao seu lado por tempos e se revela ser completamente diferente de quem você imaginava ser? Ah, o ser humano. Perdeu sua essência, perdeu seus valores. E quando eu digo que “não fazem mais amigos como antigamente”, passo por insana. Prefiro ser julgada insana, expondo o que sinto em meu coração dilacerado a ser mais um a ter várias faces.

27 de Janeiro de 2010.